Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

LUIZ CARLOS DUARTE

( Pernambuco – Brasil )

(1947-2013?)

 

Poeta, autor de muitos livros de poesia, entre eles  MINOTAURO E OUTROS POEMAS: ÁRVORE URBANA, O INVENTÁRIO DAS HORAS, O ROTEIRO DA FEBRE.

 

SONETO DO ESQUECIMENTO ABSOLUTO

 

Esquecer completamente se possível

A chuva branda após o sol nascente.

Sobre a palma das mãos guardar sementes

E a seiva dos sonhos impossíveis

 

o sentimento cessa de repente,

A os poucos se desfaz, não se alimenta

Do gesto matinal que apascenta,

Da vivenda das aves faz-se ausente.

 

Resta olhar muito além das horas mortas

E da casa fechar todas as portas

Na espera do silêncio dos relógios:

 

Que do tempo os ponteiros sejam gládios,

Sangrando o que resta de memória

E nada reste, nada, nem história.

 

 

POEMA DIGITAL

 

 

O poema é da vida o que me sobra,

Resquício de suor preso à camisa,

Atitude final de quem se dobra,

O poema é da vida o que me fica.

                            

Chega e se vai, perturba e apascenta,

Folha de zinco em chuva percutida,

Jamais se avisa - chega e me habita,

E na ponta dos dedos se elabora.

 

Na folha de papel se reinventa

Como quem da cara arranca a barba.

Chega de frente, invade o quarto, a sala,

Pelos cantos da casa se instala,

Tecendo em seu redor um claro-escuro

Para logo depois morder de furto.

 

 

POEMA AMARELO

Este canário, estes cajás, a tarde
No linho dos lençóis quarando ao vento,
Preenchem a solidão que se anuncia
Em tuas mãos.

Nos infindáveis limites deste alpendre
Navega a minha sombra sem padrão,
Navega a claridade pressentida
No instante breve e mudo do canário
Pousado nas hastes desta tarde
Isenta e clara, amarelamente sã.

 

 

SEGREDO

 

Há um segredo na porta entreaberta,

No jato que passa ao sol de domingo,

Na face pintada do ator em cena

li' lia caneta e na tinta e na pena.

 

Há um segredo na voz que protesta

Deus por silêncio e um pouco de paz.

Há  um segredo guardado e antigo

Na chave perdida que não se acha mais.

 

Há um segredo no par de sapatos

Jogado em um canto da casa deserta.

Na velha camisa, na escova de dentes,

Há um segredo e não se pressente.

 

Há um segredo a cada momento

Nos olhos do homem, no dorso dos gatos.

Há um segredo eterno guardado

No tempo preciso do poema acabado.

 

 

*

VEJA e LEIA outros poetas de PERNAMBUCO em nosso Portal:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/pernambuco/pernambuco.html

 

Página publicada em maio de 2022


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar